Pra ler depois...

Do lado de cá


Oiê, eu estava com saudade de visitar meu blog querido e confesso a você que pensei: "eita, será que abandonei o blog?", haha. Mas a verdade é que mesmo se eu demorar, sempre quero voltar pra cá. O ritmo aqui é diferente, eu já falei umas mil vezes... mas além disso, este canto é como um refúgio - quase - secreto, porque praticamente apenas eu e você, que também tem blog e me faz uma visita acompanha.

Um dos motivos que eu andei sumidinha é que eu tô muito acelerada do lado de cá, e ao mesmo tempo cansada, sentindo que tô fazendo tantas coisas sem muita razão (às vezes a esperança quer me fugir), e por mais que saiba da resposta... isso também acontece com você?... Bem, é por conta desse fator que eu evito vir aqui se for pra escrever algo mais bad, mas na vida não existem apenas flores, né? Por exemplo, no momento eu tô com as tarefas de sempre a fazer (faculdade só da trégua nas férias mesmo, haha) e também algumas atividades do curso de música (esse fluxo acaba me deixando ansiosa em muitos momentos...), tudo bem, mas o que mais me deixou abatida nos últimos dias, foram duas coisas na real: tô gastando muito tempo na internet e Mainha está doente, não sei por aí mas por aqui (Pernambuco) muita gente tem ficado doente  por conta de chikungunya, aff... apesar disso, de ontem pra hoje ele deu uma melhorada, graças a Deus. 

Mas mudando um pouquinho de assunto, eu mudei de professor de canto (na verdade, desde o início do semestre) e o prof. atual conduz a aula dele de uma forma bem particular. Me sinto numa sessão de autoconhecimento, sabe? Tenho precisado lidar com recorrência com meu medo de errar, e isso, eu sei que são coisas que vem lá de trás, do meu passado. Mas é tão doido. Como disse uma amiga minha em uma conversa: como agir quando você reconhece suas sombras mas não sabe como tratá-las? Eu até quero, mas no momento não tô cogitando uma terapia. Mas gostaria de falar sobre um dia, por aqui, quando eu me sentir mais a vontade sobre o assunto. 

Basicamente, eu tenho medo de errar. Aliás, tenho medo de falhar, de mostrar vulnerabilidade, etc. Sinto como se fosse ser repreendida a qualquer momento, e na real, não é pra ser assim. Eu sinto como se estivesse prisioneira de mim mesma e nossa, essa é uma das piores sensações. Mas enfim... que desabafo foi esse? Eu nem esperava. A intenção era só puxar um gancho pra dizer que ainda no mês passado uma amiga que tinha acabado de ler Mulheres que Correm Com os Lobos disse que eu precisava ter este livro e me deu, pasme, no dia do ANIVERSÁRIO dela, haha! Foi engraçado, mas achei muito fofo. Pelos seus relatos, esse livro foi quase como uma terapia pra ela e ela achou que poderia ser bom pra mim também. Se será ou não, não sei... mas o gesto ficou marcado.

Comecei a leitura mas tô achando meio densa, não que isso seja ruim, só que preciso ir com calma mesmo.

Ainda sobre livros, tenho sentido vontade de reler A Menina que Roubava Livros, por culpa da Kaffeina, só não sei se estou preparada pra mergulhar nessa empreitada. Eu tô num ciclo de começar leituras e não finalizar, que iniciar um livro de 500 páginas agora não parece tão promissor. 


Nossa, já falei demais. Há um alta porcentagem de ninguém ler até aqui, mas preciso deixar registrado pra mim mesma que tá tudo bem se eu quiser escrever demais por aqui. Tá tudo bem falar sobre vulnerabilidades. Tá tudo bem revelar que tenho medos e sombras, todos temos. E nem por isso preciso permanecer nesse estado, apenas ter paciência com todo esse processo árduo (mas também com as suas alegrias...) que é viver... Sabe, nos últimos tempos tenho querido viver de um jeito mais simples, mais prático e direto. Passei anos da minha trajetória precisando medir as palavras que desaprendi a ser espontânea. Desaprendi a ser como criança. Desaprendi que não preciso agradar o tempo todo, e nem ser aprovada sempre. Desaprendi muitas coisas, eu sei, mas o desejo de reaprender têm pulsado dentro de mim.

Outra coisa que eu queria falar (eu tô quase acabando, acho), é que hoje eu assisti um vídeo muito interessante, que falava sobre a diferença entre interação e intimidade. Já parou pra pensar nisso? Eu acho que até então não, pelo menos não daquela forma. Ainda tô refletindo sobre esse assunto. No vídeo a pessoa falava sobre todos os aspectos do viver, o que me levou a pensar como tenho levado minha vida com Deus na base da interação. E não apenas com Deus, comigo mesma também. Ou seja, em diversos momentos eu apenas interajo com Ele, mas não passo tempo com Ele. Nem tô me referindo a igreja ou aspectos dogmáticos, na real, me refiro a tempo... tempo de silenciar dos barulhos do mundo, e ouvir apenas Sua voz, e derramar o meu coração, que tá cansado. Se eu for honesta comigo, eu vou reconhecer que não tenho orado mais, tampouco silenciado... e como disse alguém em algum momento e circunstância que não sei qual foi, se a oração não muda as coisas, muda aquele que ora. São mais ou menos essas palavras. E sei que tô precisando de mudança e de me lembrar de coisas que me dão esperança.

Preciso orar. Preciso silenciar. E cultivar essa intimidade há tanto perdida.

Preciso silenciar e desacelerar também pra passar tempo comigo mesma. Sinto que perdi a intimidade comigo mesma. Eu corro tanto, procrastino tanto, que às vezes só me deixo uma mera e estúpida interação. Preciso colocar algumas coisas no lugar, afinal. 

///

P.s: é verdade que eu até queria falar mais, mas deixa pro próximo post... haha! Isso é sinal que não devo ficar um mês ausente por aqui. 

Beijos e até mais! <3 

Comentários

  1. Oi Liz! Puxa espero que sua mãe esteja melhor. Não sabia que os casos de dengue (em geral) voltaram. Mas na real, nunca para né? Acho que a gente que acaba focando em outras coisas...

    Puxa, me identifiquei em muitas partes do seu texto. Principalmente sobre estar ciente das nossas crenças limitantes e mesmo assim não saber como contornar. Mas eu acho que só da gente saber já é uma grande coisa. Acredito (e espero) que aos pouquinhos a gente vai conseguindo mudar esses pensamentos.

    Você já tentou meditar Liz? Eu acho que ajudaria nesse processo de silenciar e talvez se abrir pra receber essa interação com Deus. Mas é, não tá fácil combater a procrastinação, por aqui também estou na mesma rs

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    1. Verdade, Clau, ela tá melhor (não consegue ficar parada) mas ainda com dores nos pés.

      Nossa, espero que sim... vamos conseguir.

      Já tentei sim, Clau, mas que negócio difícil, haha! Acho que no começo é assim mesmo, né? a gente vive num fluxo super estimulado o tempo inteiro.

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  2. Oi, Liz! Caramba, me identifiquei muito com as suas palavras. "como agir quando você reconhece suas sombras mas não sabe como tratá-las?" isso aqui bateu forte demais, porque é algo que converso quase que diariamente com a minha melhor amiga. É uma jornada meio doida mesmo, mas precisamos ser gentis com os nossos processos e entender que reconhecer nossas sombras e admitir que elas existem já é um começo, né? Até porque para curar algo, precisamos antes saber o que estamos curando. E acredito que já temos aí meio caminho andado à frente da maioria, pois poucos são os que conseguem olhar para as sombras que existem dentro de si. Não é fácil, mas precisamos conviver um pouquinho com isso para entender o que vamos conseguir ou não curar, e também o que não precisa ser curado. Respeite seu tempo e confie no seu processo. ♥

    Espero que sua mãe melhore o mais rápido possível. ♥

    PS: A Menina Que Roubava Livros é maravilhoso, mas confesso que antes de ler, comecei e abandonei umas 4/5 vezes. haha

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    1. "Respeite seu tempo e confie no seu processo. ♥", obrigada Guttho! E nossa, eu também super abandonei no início kkkkk, já ouvi várias pessoas dizerem a mesma coisa. Acho que é tipo um teste, mas vale a pena passar por ele.

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  3. Acho a pausa para organizar os pensamentos e sentimentos conflitantes em texto uma maneira de aliviar um pouco o peso de tudo. A vida é essa coisa louca, esses medos e angústias, que buscar praticar aquilo que já entendemos que precisamos leva um tempo, e passamos a pensar ser impossível. Não é, desde que a gente siga no processo, porém não é fácil. Até buscar simplificar é desafiador, mas que você não desista de tentar cada uma das coisas que seu coração necessita.
    Espero que sua mãe fique bem o quanto antes, Liz! Vou orar por ela, por você, e espero que tudo melhore em breve ♡
    Achei tão lindo o gesto da sua amiga, que memória recheada de carinho essa!
    E eu entendo tanto o que disse sobre interação x intimidade com Deus. Às vezes me sinto muito angustiada por não buscar Ele de forma profunda e constantemente me encontro em algo superficial. Uma coisa que entendi e que me ajuda é tentar orar em vários momentos do dia, no meio das atividades, enquanto as realizo, no cotidiano; como uma breve conversa ali. Isso me ajuda a preencher meu pensamento com Ele mais vezes e no fim do dia acabo em uma pausa mais longa e mais vulnerável. Enfim, quis deixar a ideia para você, talvez também seja válida.
    Se abra o quanto sentir necessário por aqui, sempre que precisar!

    Abraços,
    Any.
    Poetiza-te

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    1. Verdade, Any! Escrever me ajudou muito. E obrigada pelo incentivo, seguirei.
      Poxa, obrigada pela oração querida, ela está bem melhor, viu? <3
      Que comentário repleto de carinho! Acredito muito nisso que vc falou, que a oração pode acontecer assim, espontaneamente ao longo do dia. Obrigada pela ideia.
      Obrigada, obrigada, obrigada pelo seu comentário <333

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  4. Poxa! Eu sei que esse não foi um texto planejado, apenas espontâneo de tudo aquilo que você está sentindo, mas poxa... foi tão profundo. Sim, nós lemos todo o texto, não só uma parte, e adoramos! Queria te dizer que tá tudo bem sentir esse sentimentos de quase culpa por viver acelerada e "sem tempo" para o que realmente importa pra você. O importante é que você adquiriu essa consciência e está tentando desacelerar. Tenho lido muito sobre slow life ultimamente e assistido muitos canais no youtube também, para ver se consigo me encontrar um pouco. E tem funcionado bastante... as vezes a gente só precisa lembrar a nós mesmos de respirar.
    Abraços!
    Claraaoliveira.blogspot.com

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    1. Amo esse assunto, vou lá no teu blog perguntar quais são os canais, haha!

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  5. Oi Liz!
    Ai menina, isso de as vezes da esperança querer fugir... te entendo super bem!
    Achei bem interessante essa frase "como agir quando você reconhece suas sombras mas não sabe como tratá-las?" Pra mim é uma luta diária querer tratá-las, mas terapia não é uma opção que me agrada, enfim.
    Achei muito fofo o gesto da sua amiga em te dar esse livro, dizem que é ótimo.
    Ah, melhoras pra sua mãe! ♥

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

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    1. Vah, de fato, a luta é diária! Cada um vai se identificando com algo diferente, né? No meu caso, tenho escrito e considero essa a minha terapia.
      E sim, achei fofo também.
      Obrigada, minha mãe melhorou ♥

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  6. Oi Liz!
    Espero que as coisas estejam melhores e sua mãe já tenha se recuperado.
    E te entendo super. às vezes até quero escrever algo, mas não consigo quando não estou legal, e também não gosto de compartilhar essas coisas quando tô assim.
    Também tenho muito medo de errar, mas tenho me permitido sabe? Acho que quando a gente simplesmente respira e se permite errar, conseguimos enxergar que é possível até mesmo aprender com o erro.
    Também sinto essa necessidade de melhorar minha intimidade com Deus, mesmo que às vezes eu estou tão morna que não consegui dar o primeiro passo. Como v ocê disse, precisamos orar, do jeito que conseguimos. Um hora a nossa oração nos transforma.
    Quanto a procrastinação, tente estipular pequenas e poucas tarefas. E vá cumprindo. Com o tempo vá aumentando, até você, sua mente e corpo entrarem no ritmo.
    Fique bem.
    bjus
    AVA
    https://apenasava.com/

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    1. Obrigada pelas palavras e pelo conselho, Ava! Fica muito bem por aí também <3

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  7. Menina, o blog é teu e você pode fazer o que quiser nele! Escreva textão, desabafe, reclame! Os teus leitores vão estar aqui para te dar uma palavra amiga. E quando você estiver de boa e tiver coisas legais para compartilhar, eles vão estar aqui também :D

    Enfim, espero que a tua mãe já esteja melhor!

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    1. Vou fazer isso sim, Van! Gostei do teu ponto de vista.

      E ela tá melhor sim <3

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  8. Que blog&texto mais real e acolhedor. <3
    Tudo bem falar sobre vulnerabilidades, sempre. Acho que só assim para a gente tirar o peso delas das nossas costas.
    E eu sempre fico comovida com esses pequenos gestos do dia a dia, presentear um amigo com algo que te fez lembrar dele...
    Existe algo mais bonito e tocante?

    Um abraço e fique bem!

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    1. Aii, eu AMO comentários assim <3
      Um abração pra ti, Camila! Bjusss...

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