Esse ano eu aprendi que existe algo chamado positividade tóxica, que é basicamente aquela coisa de dizer pra todo e qualquer acontecimento sem o mínimo de ponderação,"ah, vai dar tudo certo", negar e reprimir as emoções advindas dos momentos difíceis da vida. Depois que eu descobri isso, algumas coisas mudaram por aqui. Me lembrei que pra tudo existe um tempo, e se é assim, há dias que a gente deve silenciar. Silenciar pra não silenciar a dor de ninguém, tampouco a nossa. 

Pra ser bem sincera, hoje eu amanheci assim, um pouco desesperançada. Um pouco triste. Pensei muito se devia escrever sobre isso aqui ou guardar pra mim, porque sinceramente não quero passar sentimentos do tipo pra ninguém. Mas no meio desse estado de melancolia, me veio a ânsia de também agradecer. Agradecer porque no último dia 9 completou 1 ano que escrevo neste blog, e que conheci tantos outros que já fazem parte do meu dia a dia. Agradecer porque apesar de tudo, hoje eu tenho os meus aqui comigo e sinceramente, no momento, eu não poderia desejar outra coisa. Agradecer até pelo quintal que me permite ver as flores que plantamos no início do ano se desenvolvendo. 

Hoje eu não quis desperdiçar a gratidão deixando ela ir embora, mais uma vez... porque honestamente, ultimamente eu não quis recebê-la.

Tá tudo esquisito, e se um dia eu já neguei a dor, não vou mais. Mas que mesmo em meio a tudo isso que se passa aqui dentro de mim, e por aí também, eu oro pra que assim como um lampejo, venha à nossa mente os pequenos momentos, detalhes, e dias comuns porém bons que, pela graça, vivemos até aqui. Que nos lembremos, agradeçamos, se possível deixemos até registrados em algum canto, e neles nos apeguemos só pra não perder a esperança. Só pra não esquecer que "toda dor é por enquanto". Penso que nesse caso não se trata de negar a realidade, mas de olhar pra ela e ainda assim, encontrar algo de bom porque, né... esse é o paradigma da vida. A dor misturada na alegria e vice e versa.