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Percepções de uma garota não apaixonada

Desde que me entendo por gente sou uma garota apaixonada. Minha cara não nega, em letras garrafais tá escrito: “romântica”. Sempre gostei de estar gostando de alguém, sabe? (que redundância). Na verdade, acho que me acostumei com isso, e é exagero dizer que sou - ou pelo menos, fui - uma viciada em estar apaixonada? haha! É uma sensação engraçada, você ri de qualquer besteira, enxerga motivos e sinais em tudo, não pode ouvir uma música sem lembrar da pessoa, quer contar tudo pra ela, e etc, etc, etc...

Em outras palavras, ficamos vulneráveis demais. Eu que o diga. Por mais que 90% dos meus afetos tenha sido algo mais platônico do que real e confesso, na vezes em que decidi fazer algo a respeito, me arrependi logo em seguida (oh,vida! oh, céus! rsrs’).

E eu ficava triste, sabe? Porque sentia que escolhia depositar uma expectativa (o que já é algo complicado) em pessoas que não estavam, digamos, na mesma frequência que a minha. Me incomodava demais porque pra me desvencilhar de um sentimento, apesar de querer, eu jamais consegui “desligar” um botão e pronto, tudo resolvido. Geralmente, um bom tempo entre remoer e remoer era gasto até eu me dar conta de que o dia passou e eu não pensei em fulano. Que surpresa!

Só que em pouco tempo, lá estava eu, cativada por um sorriso ou um gesto cordial. E de novo naquela roda gigante. Daí comecei a me incomodar. Não sei se penso demais e devia relaxar um pouco, mas fiquei conversando cá comigo, por que estou sempre buscando me apegar a um sentimento assim? Por que muitas vezes estou de boa, e de repente sinto que estou me apegando a memórias e pretextos pra gostar de alguém? Não que seja um erro se apaixonar, mas o ponto pra mim é que eu percebi que se não estava com as tais “borboletas” a vida parecia menos completa do que devia ser, sabe? Como se apesar de estar bem solteira, eu precisasse sentir algo aqui dentro, quando na real, isso deve ser algo natural.

Todos esses questionamentos também vieram por eu estar cansada de furadas, não reciprocidade, e acho que pior que isso tudo: de me perceber carente. De me sentir defraudada emocionalmente em alguns momentos e em outros, saber que eu que agi mal. De me perceber afetada por cobranças indiscretas pelo fato de eu ter 23 anos e nunca ter namorado ou conseguido em todos esses anos me abrir, de verdade, pra alguém.

Essas são percepções que a gente tem quando não está pensando em um certo alguém. É isso, não estou, neste exato momento, apaixonada! E precisava admitir isso pra mim mesma. E admitir que estou bem assim. E admitir que quero sim me apaixonar… e amar alguém um dia, mas de uma forma mais pé no chão. Se isso vai acontecer? Sinceramente, não sei. De verdade. 

Mas preciso dizer isso agora, enquanto não estou… você sabe, afetada! haha! Dizer que eu sei o que não quero. Não quero me prender a incertezas ou migalhas de outra pessoa, não quero perder horas de sono com joguinhos - aliás, odeio joguinhos. Não quero ficar angustiada imaginando o que o outro está pensando. Posso estar sendo romântica outra vez, mas… Deus… permita que seja simples e natural.

Por ora, meu anseio é não me apegar a qualquer sorriso. Não buscar me ajustar pra tentar caber na vida de ninguém e tampouco dar passos largos enquanto o outro não me acompanha no mesmo ritmo. É cansativo demais. Deixa eu viver o presente, estudando, vendo Netflix com a minha mãe, acompanhada dos meus livros, jogando conversa fora com azamiga, rindo só das minhas loucuras, resolvendo as pendências que ainda tenho aqui dentro, e apreciando as melodias e pausas dessa fase tão boa que quase sempre é confundida com solidão de uma forma negativa.

E o que eu quero é estar bem pra quando um certo alguém que nem sei quem é chegar. Quero demais aprender a dar uma chance pra o tal do amor (realmente preciso aprender...). Mas quero mais ainda estar bem, de verdade, comigo, sem achar que a vida é menos do que deveria ser. Curtir o fato de não estar apaixonada - e ainda assim me sentir ótima, obrigada.

Comentários

  1. Oi Liz! ♥
    Nossa me vi muito nesse seu texto, já escrevi muitooos desabafos desse tipo lá no blog...
    Eu ao contrário de você sempre fui difícil de me apaixonar, nunca liguei pra isso sabe? Apenas curtia a vida, fazia minhas coisas e tudo certo. Um pouco mais velha, quando minhas amigas estavam todas namorando ou tendo vários contatinhos comecei a achar que o problema era comigo sabe? Foi uma fase bem complicada, acabei aceitando migalhas e tendo que aguentar joguinhos e assim como você odeio joguinhos.
    E agora com 29 anos posso dizer que o amor de verdade e recíproco é sim, leve, simples e natural. Acontece assim... de uma maneira que você nem percebe.
    Comecei a namorar meu namorado hehe com 28 anos, antes disso nunca tinha namorado sério e olha posso dizer que as coisas acontecem como e quando tem que acontecer. Não entendemos o tempo, achamos que estamos atrasada, as pessoas nos cobram, mas Deus sempre faz tudo acontecer da melhor maneira no momento certo, não tenha dúvidas!
    Por hora aproveite esse momento em que você vive, tem tantaaaaa coisa pra acontecer ainda. E com toda certeza você ainda encontrará seu príncipe, e será muito melhor do que você imagina ;)

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

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    1. Val, adorei seu comentário! Muitas vezes eu gostaria de ser mais assim, sabe? mais tranquila em relação a isso e a vida de modo geral. Infelizmente, acho que com ou sem ansiedade a gente cai nessa besteira de achar que nós somos o problema. Complicado, né?
      Sua história me encorajou muito a ser mais tranquila daqui pra frente, obrigada!!! ♥

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  2. Ah, estou te seguindo hehe :)
    Você tem instagram, twitter?

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

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    1. Obrigada, Val! eu tenho uma relação de amor e ódio pelas redes, haha. no momento meu insta tá desativado.

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  3. Olá Liz, primeiramente, feliz Véspera de Natal! ♥

    Acabei de conhecer seu blog e estou dando uma lida nele e adorando tudo por aqui, tanto que já o favoritei heheh ^^
    Bem, esse seu texto foi tão importante pra mim, no início desse ano de 2020 eu me apaixonei e comecei a namorar pela primeira vez em meus 22 anos de vida rs, antes eu também era do tipo que não se importava muito com isso, e foi uma surpresa em ver o quão bonito e prazeroso era sentir-se apaixonada, o namoro acabou no início desse mês, pois faltou reciprocidade, e entre outras coisas mais, porém até um certo ponto foi lindo e me rendeu experiência para saber que tudo tem uma hora certa para acontecer, e que eu devia parar um pouco para pensar em dar uma chance ao amor como eu dei... Então é importante que você se sinta assim, com seus pés no chão, acredite que tem alguém que estará por aí para você, mas vai com calma e deixe tudo acontecer naturalmente!

    Abraços,
    Bia

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    1. Bia, obrigada! espero que sua véspera tenha sido ótima! ♥

      Amei seu comentário e a forma resiliente com a qual você enxergou toda a situação. certamente, vou me lembrar disso! obrigada de coração!

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